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domingo, 4 de outubro de 2015

Anseios.


Anseio pelo passado que nunca aconteceu, 

pelos sonhos que perdidos, esquecidos e desacreditados que decaíram pelos cantos da trilha escura que percorri;

 pelos sons familiares e doces das vozes melodiosas, das ninfas e da deusa... anseio... pelo toque de suas lembranças e pelo toque de tua pele. 

 Anseio por tudo que outrora pôde ser meu, mas pelo que não soube lutar...

Anseio por trazer-te de volta a mim, como o sol que retorna de uma noite longa, escura e fria, ou o doce e quente vento de verão que vem aquecer novamente os corações, depois de um inverno rigoroso.

 Anseio... desejo...

Mas, em meu desespero, não mora nada alem da incerteza e da solidão, 

nada alem do frio e do breu.

 Senhora, dona de si, como pode condenar-me a esse pesar, a esse anseio desesperado, desregrado e torturante, onde neste caminho de lamurias mora a descoberta quente e revigorante de um novo dia, de um novo amor... 

Senhora, onde poso afogar minha desolação, 

onde posso ofertar-te por definitivo meu coração, já que a muito ele não me pertence; 

A muito, tolo que fui, o doei, e agora a única coisa para que serve é  bombear o veneno lancinante de uma paixão devastadora e criminosa que sem hesitar, entrega meu peito ao exílio.

E é nele, nesse exílio, que escrevo estas letras, com os pensamentos solitários, com os sonhos detestados e humilhado, caminhando sem mais determinação, sem mais coragem para seguir.

 Não há mais nada...


 estrela, lua ou sol, no horizonte escuro, nebuloso e sem vida do futuro.

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