Caminhei léguas por toda a cristandade, em
busca das relíquias de deus.
Lutei em
sítios por cidades, e pelas riquezas da humanidade.
Eu
empunhei espada, arco-e-flecha, dentre tantas as armas letais.
E de todas
a mais sagas.
Aquela
cuja força não fere a carne, mas a alma e a própria consciência, esqueci da
inocência daqueles que matei.
Em nome
dos tesouros por que lutei, e então quando ferido fui, da mesma forma que feri,
mesmo bom em cerne, tornei-me vingativo. E o ódio por ele já quase adormecido
ressurgiu.
Meus
amores meus amigos, assassinados sem motivo, numa guerra a qual não queria
travar.
Numa
guerra que fui obrigado a entrar, pelo sangue, e por palavras que atravessaram
gerações.
Em
pergaminhos escritos, na loucura de um santo, a tortura e o pranto de minha
alma, reivindicada foi.
Por um dos
homens que prometeram guiar-nos ao céus.
Um pastor
de túnica preta, uma cão do poderosos.
Que se
envaidecia em meu grito, em meu
estremecer, enquanto ferro em brasa fez-me contorcer.
E sem
trégua, confessar, coisas que sequer sabia, e em meu ódio revolvido, e em um
segundo de gritos, com uma lamina maldita, reivindiquei lhe a vida.
Para que
na busca sagrada, encontrasse iguais, e meus companheiros, que de bom grado,
de mim tornaram-se vassalos, em direção a fortaleza de pedra em que a heresia fosse revogada.
B.M.
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