Colaboradores

domingo, 9 de novembro de 2014

O Andarilho.

Caminhei léguas por toda a cristandade, em busca das relíquias de deus.
Lutei em sítios por cidades, e pelas riquezas da humanidade.
Eu empunhei espada, arco-e-flecha, dentre tantas as armas letais.
E de todas a mais sagas.
Aquela cuja força não fere a carne, mas a alma e a própria consciência, esqueci da inocência daqueles que matei.
Em nome dos tesouros por que lutei, e então quando ferido fui, da mesma forma que feri, mesmo bom em cerne, tornei-me vingativo. E o ódio por ele já quase adormecido ressurgiu.
Meus amores meus amigos, assassinados sem motivo, numa guerra a qual não queria travar.
Numa guerra que fui obrigado a entrar, pelo sangue, e por palavras que atravessaram gerações.
Em pergaminhos escritos, na loucura de um santo, a tortura e o pranto de minha alma, reivindicada foi.
Por um dos homens que prometeram guiar-nos ao céus.
Um pastor de túnica preta, uma cão do poderosos.
Que se envaidecia   em meu grito, em meu estremecer, enquanto ferro em brasa fez-me contorcer.
E sem trégua, confessar, coisas que sequer sabia, e em meu ódio revolvido, e em um segundo de gritos, com uma lamina maldita, reivindiquei lhe  a vida.
Para que na busca sagrada, encontrasse iguais, e meus companheiros, que de bom grado, de mim tornaram-se vassalos, em direção a fortaleza de pedra em que a heresia fosse revogada.

B.M.

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