Cripta.
Trago em meus olhos
a turva luz de um dia que se esvai, em minha alma negra a marca escarlate de
amores que ferem, em meu peito soou um intermitente acorde irreverente de
sombras que se movem nas trevas.
Jazendo no chão
lamacento, atado a correntes me mantenho, a meu redor erguem-se paredes de
pedra de uma cripta, se ao menos entrasse a calma e tênue luz da lua ou mesmo
um dourado raio de sol, mas aqui não há nada que não o frio.
A nevoa densa que me
envolve, mas nada pode abater-me, mesmo que ande pelas sombras, haverá luz e
mesmo que não há veja, sentirei, e mesmo que não a sina, acreditarei, não desisto,
nada pode me deter, não me curvo pois nada nem ninguém o merece.
Por mais que minhas
asas negras permaneçam atadas e acorrentadas, sou paladino, arauto da
esperança, senhor da vitoria.
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